sábado, 5 de agosto de 2017

Síntese final Projeto em Ação

Relatório final...
Será necessário oportunizar situações em que os alunos participem cada vez mais intensamente na resolução das atividades e no processo de elaboração pessoal, em vez de se limitar a copiar e reproduzir automaticamente as instruções ou explicações dos professores. Por isso, hoje o aluno é convidado a buscar, descobrir, construir, criticar, comparar, dialogar, analisar, vivenciar o próprio processo de construção do conhecimento.          (ZABALLA, 1998)
O projeto Um lagarto no Jardim foi muito prazeroso e significativo, a turma bastante falante e ativa enriqueceu cada atividade mostrando interesse e curiosidade. Como retornava de licença acompanhei parte do projeto com a professora que cobria minha licença, mas fui construindo com ela uma parceria para que com meu retorno o projeto tivesse andamento. Então, as atividades propostas e toda a estrutura foi feita por mim, mas algumas atividades aplicadas por ela. É muito importante na proposta de projeto que haja um olhar atento ao interesse das crianças para que o mesmo não seja um assunto lançado pelo professor.
Algo muito fundamental no sucesso este processo foi a escuta, ouvir e estar atento aos diálogos das crianças, não só nos momentos de conversa dirigida (rodinha), mas durante as brincadeiras, no pátio e nos espaços de convivência trouxe subsídios para a elaboração de cada meta. Rodari, um dos fundadores da escola municipal de Reggio Emilia, Itália, bebeu na fonte do Surrealismo e trouxe a técnica de escrita automática para a pedagogia, defendendo a tese de que a criança tem mais a dizer do que sonha nosso vão tradicionalismo escolar. Estar disposto a ouvir a criança é primordial nos projetos de pesquisa com crianças tão pequenas. Assim a meta 1 que propunha a busca por uma questão para a pesquisa surgiu naturalmente, e por isso defendo que o cronograma deve ser elaborado ao longo do  processo a fim de não engessar o trabalho.
A meta 2 das certezas e dúvidas seguiu a mesma linha da escuta, nos diferentes tempos e espaços fomos arrecadando dados, falas  e a pesquisa de imagens através das fotos tiradas pelas crianças também foi muito interessante. De acordo com Lévy (1993), as tecnologias se transformam em tecnologias da inteligência, ao se construírem enquanto ferramentas que auxiliam e configuram o pensamento, tendo nele, portanto, um papel constitutivo. Ao mesmo tempo, tornam-se metáforas, servindo como instrumentos do raciocínio, que ampliam e transformam as maneiras precedentes de pensar. Para o autor citado, as tecnologias agem na cognição de duas formas: (a) transformam a configuração da rede social de significação, cimentando novos agenciamentos, possibilitando novas pautas interativas de representação e de leitura do mundo; (b) permitem construções novas, constituindo-se em fonte de metáforas e analogias (MARASCHIN & AXT, 2005, p. 43). Pensando nisso utilizei a tecnologia a serviço da pesquisa. As crianças se sentiram participantes e ficaram realizadas em poder fotografar, muitas delas nunca tinham utilizado a câmera e amaram a experiência registrando com autonomia o que lhes era interessante. Ver as fotos no data show e depois impressas também foi incrível, eles amaram ver o resultado de seus cliques ali disponível para todos, achei muito interessante que alguns reconheceram a foto que tiraram mesmo antes que eu lhes informasse de quem eram.
A meta 3 do mapa conceitual foi a que menos teve a participação das crianças não encontrei uma forma de participarem ativamente por tratar-se de algo muito complexo para a faixa etária. Então, pensando na proposta da escola, no projeto político pedagógico e nos planos de estudo para a faixa etária, elaborei o mesmo utilizando os conhecimentos que adquiri no curso na elaboração de outros mapas.
A meta 4 foi a mais fascinante, ver o projeto andar finalmente foi maravilhoso! Mais uma vez as mídias digitais estiveram presentes, utilizamos a lousa interativa e o computador para pesquisas, como a turma ainda não lê a pesquisa por imagens e vídeos foi a forma mais utilizada. Porém depois de cada descoberta fazíamos o registro através de desenhos. As famílias também participaram ativamente mandando imagens e pesquisas que sempre eram mostradas ou lidas na rodinha e anexadas ao nosso painel do projeto que ao final estava repleto de registros, fotos e materiais.
As diferentes linguagens foram se encaixando e cada uma delas foi sendo trabalhada em consonância com o projeto, propondo uma aprendizagem rica, participativa e multidisciplinar. Ao chegarmos na parte da alimentação do animal vivemos uma experiência incrível colhendo e comento frutos das árvores da escola, e também descobrimos sobre a utilidade deste animal para o equilíbrio ecológico. Tratar os animais com respeito e carinho foi uma lição que aprendemos nesta trajetória através de músicas e histórias.
A atual etapa [da educação infantil] reconhece o direito de toda criança à infância. Trata-a como “sujeito social” ou “ator pedagógico” desde cedo, agente construtor de conhecimentos e sujeito de autodeterminação, ser ativo na busca de conhecimento, de fantasia e Revista Pandora Brasil – Número 34, Setembro de 2011 – ISSN 2175-3318 Alzeni Ferreira Lopes / Édina Maria Batista Rangel dos Santos Paula Joelma Soares Ferreira / Pollyana Valéria Gomes Brito O desafio do uso das TIC na educação infantil, p. 170-184. 173 da criatividade, que possui grande capacidade cognitiva e de sociabilidade e escolhe com independência seus itinerários de desenvolvimento. A inteligência infantil, sua linguagem e suas formas de representação via desenhos, modelagens, pinturas, são cada vez mais valorizadas, também pela indústria cultural e de entretenimento, além da publicidade (OLIVEIRA, 2007, p. 81). E foi assim que os vi ativos participes da aprendizagem e potentes em suas descobertas.A boa notícia é que a partir de uma das questões levantadas pelas crianças sobre a semelhança do lagarto e dos dinossauros, um novo caminho se abriu e o projeto continua seguindo agora outros horizontes!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário