Após a história a proposta foi com materiais heurísticos, entre eles cones, blocos, tampinhas, latas correntes, enfim uma proposta lúdica de construções diversas. O resultado foi incrível a percepção das crianças, as explorações diversas a partir dos materiais, o traspor, a sonoridade...Realmente maravilhoso! Estou lendo muitas coisas sobre este assunto e vendo na prática, em uma pequena sala com estes materiais que montei na escola em parceria com uma colega o quanto tais abordagens são significativas...
"Na Sala Loris Malaguzzi já foi desenvolvido um Jogo Heurístico com distintos instrumentos. Muitos destes instrumentos estavam repetidos. Durante a atividade as crianças exploraram as pandeiretas através do tato, verificando que algumas tinham a pele lisa e outras menos lisa. Verificaram ainda que as pandeiretas tinham tamanhos e características diferentes, visto que umas davam para empilhar porque eram do mesmo tamanho e tinham pele. E outras eram de tamanhos diferentes e não possuíam pele, por isso era possível colocá-las umas dentro das outras, e não empilhá-las. E muitas outras conclusões foram desenvolvidas, permitirando que a criança desenvolvesse competências na área do raciocínio lógico-matemático, conhecimento do mundo e formação pessoal e social."
Em seguida partimos para um registro artístico onde a proposta era um desenho inventivo cujo suporte era uma folha com materiais diversos colados... O resultado foi muito bacana!
Santin (2001) destaca que nós somos os únicos seres vivos capazes de simbolizar, isso significa que podemos atribuir um valor ou significado a determinado objeto ou animal, por exemplo, do qual não faz parte dele transformando-o em símbolo. Nesse sentido nasce um brinquedo, um plástico, por exemplo, pode se tornar uma capa de super herói, uma caixa pode virar um tijolo ou um instrumento musical. Porém, quando o brinquedo “faz tudo” não é necessário ser criativo e imaginar. Quando a criança tem a possibilidade de explorar materiais e brinquedos que permitem a ela curiosar, criar e imaginar, ela tem a oportunidade de interagir com o mundo, com os outros e com ela mesma. Segundo Santin (2001, p. 46) “O brinquedo pronto e acabado pede para ser usado dentro das funções a que foi destinado; em hipótese nenhuma desenvolve a imaginação criativa que leva a produzir novas formas e diferentes funções”.
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