quinta-feira, 26 de novembro de 2015

A Importância do Brincar

Gallahue e Ozmun (2003), em seus escritos, relatam que: “Brincar é o que as crianças pequenas mais fazem quando não estão comendo, dormindo ou obedecendo à vontade dos adultos. As brincadeiras ocupam maior parte de suas horas despertas e isso, pode, literalmente, ser equivalente como o trabalho para a criança” (p.236).

Foi gostoso ver o vídeo sugerido para nossa reflexão sobre o brincar, que é algo tão fundamental para o bom desenvolvimento da criança. Ao pensarmos o brincar é impossível não lembrar estes belos momentos em nossa própria infância e ao mesmo tempo impossível não se emocionar com as imagens que vem a mente.
Tive uma infância feliz! Sem muitos recursos, ou brinquedos estruturados a criatividade era a principal ferramenta de meu “trabalho brincante”, lembro bem de minhas aventuras com meus primos nos morros da cidade de Parobé onde moravam meus avós. Quanta alegria! Fazíamos casinhas com restos de madeira, roubávamos milho para cozer em latas velhas (o sabor do milho é o melhor que já provei), descer a rua de carro de lomba e passar horas na engenharia de como construir um. Uma verdadeira escola, onde talvez tenha aprendido coisas mais importantes para meu sucesso pessoal do que nas horas que passei decorando a tabela periódica. Roupas e roupas jogadas fora, pois não tinham mais salvação de tanto barro. Que saudade!
É através da brincadeira que aprendemos a socializar, dividir, criar, expandir nossos horizontes... Ainda há resistência por parte de alguns professores a este brincar livre e criativo, ele é barulhento e por vezes agitado. Contudo através da interação também existe aprendizagem, e talvez maior do que aquela que acontece no silêncio por traz das carteiras e da decoreba. Quem sabe se eu tivesse aprendido matemática através dos desafios da brincadeira ela não me parecesse o mostro que é.

A brincadeira precisa ser vista como parte integrante do currículo, pensada para servir de como ponte para uma aprendizagem interdisciplinar e significativa. A criança não é uma tabula rasa pronta a ser escrita pelo educador, do contrário possui vivências significativas que devem ser valorizadas e muitas delas são adquiridas no brincar. Cabe a nós como educadores, valorizar a brincadeira e criar possibilidades para enriquecer ainda mais estes momentos na infância, aprendendo com as crianças e relembrando o quanto estes momentos foram significativos para nós.
                                 

sábado, 21 de novembro de 2015

Paródia da Música: A noite

Bom em um sábado de inspiração, finaleira de ano, de semestre com milhares de coisas para fazer... Me vi convidada pela interdisciplina Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica a fazer um manifesto dos professores do século XXI, olha o que saiu...Só não reprem a voz depois de uma semana cheia dando aula todos os dias... Vocês me entendem né...

Palavras não bastam não dá pra entender
E a preocupação é o que mata
É todo mundo opinando querendo dizer o que vou fazer
Cadernos, provas, trabalhos
O mundo todo nos braços
Mudar o mundo sozinha me dá um cansaço
E o apoio que espero só vem criticas fazer
E quando chega a noite eu não consigo dormir
Sou professor e minha sala está prestes a cair
Gasto do meu dinheiro pra comprar material
Fanqueiros enche a tv...E eu não saio nem no jornal
Mas ainda existe esperança e é ela que move
O professor não desiste não corre
O futuro depende de nós então vamos fazer
Buscar o conhecimento e pro pead correr
E vos dedico essa linda paródia colegas
Nem a rotina exaustiva consegue desanimar vocês
Já superamos os medos
E a criticas também
O sorriso é a nossa arma
E não tem pra ninguém
Reescrevemos a história Cremos na educação

Sabemos somente ela pode mudar a nação 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O Desejo de Saber!!!

O “desejo de saber” segundo o texto é aquele intrínseco do ser humano a curiosidade, o desejo pela descoberta. Este surge já na infância seja pelo desejo de saber mais sobre as diferenças de gênero, sejam corporais ou relacionadas aos papeis sociais. Essa também é conhecida como a famosa fase dos porquês onde as crianças buscam desenfreadamente respostas para seus questionamentos sobre os mais diversos assuntos.
Em relação ao conceito de transferência podemos dizer que este é quase que auto explicativo, pois refere-se ao fato de transferir experiências vividas em certa situação ou com uma pessoa para novas situações e outras pessoas. Um exemplo são  mulheres que tem dificuldades de relacionamento pois vivenciaram traumas de infância relacionados a figura do pai (autoritário, agressivo, ausente) que se refletem no medo de relacionar-se, transferindo a todos os homens a figura do pai. É algo que é do inconsciente.
A contratransferência refere-se   as lembranças ou marcas no inconsciente que fazem com que no identifiquemos com certos, lugares, cheiros, sabores... E que como professores também se refletem na maneira como vemos nossos alunos, nossa afeição repentina ou aquela dificuldade de convivência. Antes de professores somos humanos e passíveis a esses sentimentos, que vamos aprendendo a lidar da melhor maneira possível em nosso cotidiano escolar.

A infância e a Pós Modernidade

     Ambos autores Momo e Sarmento caracterizam através de diferentes nomenclaturas o momento presente. Embora utilizem nomes diferentes para caracterizar este tempo histórico os autores convergem na ideia de que estamos vivendo uma fase de transição onde ideologias, certezas e crenças vem sendo quebradas a cada nova mudança social, tecnológica ou científica.
     Todas essas mudanças influem também nos conceitos de infância, a partir do século XX surge o que o autor classifica como Administração Simbólica da Infância, um esforço pela normalização e homogenização das infâncias. São conceitos ou regras que embora não ditadas ou escritas convergem em manter certos padrões na infância. Essas "regras" procuram condicionar a vida da criança na sociedade, os lugares que pode ou não frequentar, suas "obrigações" e atitudes esperadas. Neste processo família e escola procuram seguir piamente o que é correto ou não em relação a infância sem discutir ou questionar, encaixando as crianças num padrão social esperado.
    Dentro desta perspectiva podemos considerar a Reinstitucionalização na Segunda Modernidade como a mudança nas ideias e concepções sobre a infância. Este conjunto de rupturas sociais que retrata a segunda Modernidade e seus impactos na vida infantil. Esta série de rupturas econômicas, sociais, políticas são fatores que influenciam para a instabilidade na modernidade, o que se reflete também nas infâncias...
    Como educadora não posso acreditar na morte da infância apontada por alguns, penso que é de responsabilidade de todos repensar a infância, não como um período transitório que logo chegará ao fim, e sim como classe presente na sociedade. Para tanto, é preciso que a infância seja respeitada e que haja condições para a saúde, segurança, e desenvolvimento infantil. Trabalho com crianças todos os dias, vejo as influências desta pós modernidade nelas. Mas, elas brincam, interagem, vivenciam, experimentam com curiosidade, mesmo cercadas por todas essas mudanças. Sempre haverá lugar para a infância, ela sempre encontrará uma maneira de existir a qualquer tempo.
                                               

sábado, 14 de novembro de 2015

Fundamentos da Alfabetização Reta Final

     Professora Anna, percebo sim muitos aspectos em que a interdisciplina Fundamentos da Alfabetização se refletiu em minha prática. Primeiro ela veio refirmar algo que como professora alfabetizadora que fui sempre permeou minhas aulas, a importância da ludicidade como ferramenta de alfabetização, principalmente hoje que as crianças chegam tão cedo a escola e tem um acesso imenso a informação.
     O conhecimento do mundo letrado deve chegar a criança através de jogos, brincadeiras e experiências divertidas, a escola precisa se reinventar porque já não há espaço para o ensino totalmente tradicional que tive.  A presença de uma interdisciplina que reforce essa importância e ainda nos dê subsídios para tornar práticas assim possíveis, é fundamental para nossa formação. 
     Me senti encantada com a forma que teoria e prática caminharam juntas aliando conceitos importantes da alfabetização ao dia-a-dia em sala de aula. Além disso, fiquei muito feliz com a maneira que a Educação Infantil foi abordada na interdisciplina, trabalho atualmente na Educação Infantil e tenho alunos de 2 anos. Fiz algumas formações na área da alfabetização e na grande maioria dos casos ela  é tratada como um processo que se inicia no Ensino Fundamental, o que como vimos não é a realidade. Nosso trabalho na Educação Infantil é sim muito importante para o sucesso das crianças na alfabetização. Alfabetizar vai além do processo de ler e escrever, existe toda uma estrutura de conhecimentos que precisam ser trabalhados para tornar o processo possível.

         Enfim, foi um semestre recheado de aprendizagens, discussões e reflexão! Sentirei saudades!!!!
 

As nove teses sobre "A Infância como Um Fenômeno Social"

Não há dúvidas de que precisamos de uma abordagem interdisciplinar, além de encaminhamentos e significações para transportar o conhecimento obtido no nível macro para o micro, assim como para ampliar as macrodiscussões a partir do insight das experiências diá- rias das crianças individuais. (Jens Qvortrup p. 12)
Vejo este texto como uma complexa gama de questionamentos sobre como a infância é tratada, sua importância social e o quanto estamos perdendo enquanto não damos vez e voz a infância como parte fundamental na sociedade. Segundo o autor é importante entender as crianças como parte da sociedade e por tanto participantes das mudanças históricas e sociais. Quando acontece uma mudança social, econômica ou politica os efeitos são calculados em diferentes âmbitos, porém o impacto destas transformações sobre a infância nunca entra em questão.
Quando o autor traz a questão da necessidade de uma abordagem interdisciplinar, creio que ele busca mostrar o quanto a questão da infância é complexa, e por isso, separou nove teses para exemplificar termos que precisam ser discutidos. Entre eles  a organização social que insiste em tratar a infância de forma distinta, isolada, ou a dificuldade de perceber a criança como coconstrutoras da  sociedade. Para pensar  infância como parte da sociedade precisamos pensar  sobre os mais diversos aspectos levando em conta diferentes olhares, autores e até o olhar da própria criança de maneira interdisciplinar.
Os conhecimentos obtidos em um nível macro referem-se as políticas sociais, transformações históricas e econômicas bem como sus análises. Os conhecimentos no nível micro, mas não menos importantes, tem a ver com o que está citado acima, o conhecimento de causa os problemas, conflitos e vivências diárias das crianças como fontes de conhecimento.
Reconhecendo estas aprendizagens ou problemas do nível micro, ou do dia-a-dia das crianças encontraremos subsídios para compreender melhor as infâncias e qualificar este processo natural do ser humano. A infância não se encerra ela é permanente na sociedade e por isso tamanha importância em discuti-la.  

Por fim, entendo que ações democráticas na escola são um bom começo para dar voz as crianças. Ela precisa participar como atuante neste espaço de interação. Praticas como conselhos escolares, conselhos participativos e rodas de conversa são trabalhosos, mas extremamente significativos. Já participei de momentos como este e tenho certeza que as crianças tem muito a contribuir com a educação e n sociedade como um todo!!!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

As Mídias e a Erotização Infantil



 
Uma das coisas mais fáceis de encontrar nos diversos meios de comunicação são reportagens que sugerem a erotização infantil e o consumo desenfreado  dos mais diversos produtos.  Em uma sociedade extremamente consumista não impressiona que as crianças sejam alvo desta verdadeira indústria de compra. 
A partir da década de 50 a criança começou a ser vista como “consumidoras” em potencial, e então um gama de propagandas passou a fazer parte do universo infantil.  O CONANDA ( Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente ), propõe uma resolução para proibir a veiculação que proíbe a publicidade infantil, permitindo apenas propagandas que estimulem os cuidados com as crianças, a respeito de alimentação e saúde.
Obviamente há uma resistência por parte das empresas em cumprir  resolução. Em países como Suécia, Alemanha, e Canadá   existem legislações bem rígidas a respeito do que chamam de “métodos de persuasão infantil”, segundo essas leis a propaganda infantil  é comparada ao assedio moral ou sexual.
A imagem que escolhi para relatar, acima relacionada, trata-se da propaganda de uma famosa marca de sapatos femininos. Na propaganda a menina bastante maquiada, rodeada de sapatos de salto e maquiagens. O que mais surpreende é o fato da propaganda ser voltada para o dia das crianças, que conceito de criança é este? Mais revoltante é a frase “A melhor maneira de tornar as crianças boas, é torna-las felizes”, do escritor  Oscar Wild . O que a propaganda quer relacionar? Para a criança ser feliz precisa ser adultilizada e perder sua essência?
Enfim, nós como educadores, pais, tios... Devemos estar atentos a mensagem que a mídia oferece para nossas crianças, e os conceitos de infância que passamos a diante.