A
interdisciplina infâncias de 0 a 10 por certo trouxe reflexões muito
importantes, primeiro pensando que como educadores temos intrínseco em nosso
discurso conceitos de julgamento muito fortes no que se relaciona as crianças.
Fomos convidadas neste semestre a superar estes paradigmas e pensar as
infâncias livres destes julgamentos que inclusive não nos incluem muitas vezes
nesta sociedade que julgamos como extremamente consumista e repressora da
infância.
O que cabe a nós é compreender e buscar
alternativas em meio aos prós e os contras da infância neste momento em que
vivemos a chamada 2° modernidade, para enriquecer a infância conhecendo e
criando politicas públicas que favoreçam a criança. Segundo Sarmento: “
Conhecer as “nossas” crianças e decisivo para a revelação da sociedade, como um
todo, nas suas contradições e complexidade. Mas é também a condição necessária
para a construção de políticas integradas para a infância, capazes de reforçar
e garantir os direitos das crianças e sua inserção plena na cidadania activa”
(2003, pág.1). A infância não é transitória na sociedade el faz parte dela, e
por isso precisa ser pensada como tal, com vez e voz, direitos e
particularidades que precisam ser levadas em conta.
Durante
muito tempo permaneceu a concepção de infância da Idade Média onde as crianças
eram vistas como meros aspirantes a adultos, sem qualquer importância social ou
autonomia. Hoje embora os avanços culturais, sociais, históricos e científicos sejam
enormes pouco se avançou em relação a crianças dos dias atuais. Sarmento (
2001,2003) reitera que para tratar da infância a sociedade moderna elaborou um
conjunto de procedimentos configuradores de uma administração simbólica da infância, ou seja uma série de “regras”
não escritas que regem a vida social da criança, com uma serie de obrigações e
teorias entre as quais horários, alimentação e a própria escola como espaço obrigatório e o “trabalho ou
ocupação” da criança.
Para
que a infância saia do papel de coadjuvante para integrar sociedade de fato é importante levar em
consideração dois aspectos citados por Corsaro (1997,p.5) primeiro, as crianças são agentes que
constroem suas próprias culturas e contribuem de igual modo pata a produção do
mundo adulto e segundo, a infância é
parte da sociedade. Ao mesmo tempo em que afetam a sociedade são afetadas por
ela.
Isso
se reflete em uma sociedade educada para o consumo que segundo Balman (2005)
precisa de uma série de requisitos entre les a capacidade de não manter o seu
desejo por muito tempo em um único objeto, trocando facilmente por um novo
desejo. Em meio a essas mudanças sociais o consumo e mídia encontraram na infância um mercado promissor,
para produtos com os mais diferentes fins. Um mercado que influencia na
produção da infância atual movimentando milhões, gerando concorrência e uma
mudança de pensamento em relação ao que é necessário para uma “infância feliz”.
Como
educadores estamos em contato direto com uma geração que vive efetivamente o
“tempo dos objetos”, conforme Salienta Momo( 2010 p. 81). Cada vez mais rápido
os artigos tornam-se obsoletos, e apresentam maior relevância pelo que
significam socialmente do que sua utilidade original. Para as crianças as
marcas ou os personagens significam mais que os produtos dando maior
visibilidade a isto do que ao objeto em questão.
É
importante para tanto, que os curso de graduação proponham discussões e
reflexões como estas que vivemos neste semestre discutindo esta infância que Costa classifica como:
“-
cada vez mais independentes, desconcertantes, erotizadas, acostumadas com a
instabilidade, a incerteza, e a insegurança.” (costa, 2006, p. 96).
Saber
lidar com as particularidades de uma infância que vive este pós-modernismo em
uma escola que insista em moldar-se aos mesmos padrões do início do século por
certo é desafiador. A escola não está preparada para receber esta geração,
talvez por isso haja tantos problemas na escola atual com a indisciplina,
infrequência e desvalorização da escola. Não sabemos aproveitar as qualidades
desta nova geração que invade nossas escolas, ao mesmo tempo em que queremos
molda-los aos alunos do século passado.
Essas crianças,
meninos, meninas, adolescentes são frutos de uma mídia influenciadora, mas
também são seres que sonham, amam, brincam, vivem e participam da sociedade. O
livro Infância e consumo estudos no campo da comunicação traz uma serie de
teses sobre as mídias na educação e lança um questionamento feito pelos alunos
pesquisados: “se somos realmente o futuro do país, por que não somos ouvidos,
respeitados e valorizados?”. Precisamos
lembrar que os jovens são o maior grupo etário em nosso pais, o que torna sua
participação de suma importâncias nos diferentes âmbitos sociais. Segundo
Campos e Sousa (1999), hoje, mais do que nunca, o que esse grupo pensa ou diz
deve ser levado em consideração, pois tem relevância tanto para eles próprios
como para toda a sociedade.
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