sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Infâncias de 0 a 10 - Um apanhado sobre as aprendizagens

A interdisciplina infâncias de 0 a 10 por certo trouxe reflexões muito importantes, primeiro pensando que como educadores temos intrínseco em nosso discurso conceitos de julgamento muito fortes no que se relaciona as crianças. Fomos convidadas neste semestre a superar estes paradigmas e pensar as infâncias livres destes julgamentos que inclusive não nos incluem muitas vezes nesta sociedade que julgamos como extremamente consumista e repressora da infância.
 O que cabe a nós é compreender e buscar alternativas em meio aos prós e os contras da infância neste momento em que vivemos a chamada 2° modernidade, para enriquecer a infância conhecendo e criando politicas públicas que favoreçam a criança. Segundo Sarmento: “ Conhecer as “nossas” crianças e decisivo para a revelação da sociedade, como um todo, nas suas contradições e complexidade. Mas é também a condição necessária para a construção de políticas integradas para a infância, capazes de reforçar e garantir os direitos das crianças e sua inserção plena na cidadania activa” (2003, pág.1). A infância não é transitória na sociedade el faz parte dela, e por isso precisa ser pensada como tal, com vez e voz, direitos e particularidades que precisam ser levadas em conta.
Durante muito tempo permaneceu a concepção de infância da Idade Média onde as crianças eram vistas como meros aspirantes a adultos, sem qualquer importância social ou autonomia. Hoje embora os avanços culturais, sociais, históricos e científicos sejam enormes pouco se avançou em relação a crianças dos dias atuais. Sarmento ( 2001,2003) reitera que para tratar da infância a sociedade moderna elaborou um conjunto de procedimentos configuradores de uma administração simbólica da infância, ou seja uma série de “regras” não escritas que regem a vida social da criança, com uma serie de obrigações e teorias entre as quais horários, alimentação e a própria escola  como espaço obrigatório e o “trabalho ou ocupação” da criança.
Para que a infância saia do papel de coadjuvante para integrar  sociedade de fato é importante levar em consideração dois aspectos citados por Corsaro (1997,p.5)  primeiro, as crianças são agentes que constroem suas próprias culturas e contribuem de igual modo pata a produção do mundo adulto  e segundo, a infância é parte da sociedade. Ao mesmo tempo em que afetam a sociedade são afetadas por ela.
Isso se reflete em uma sociedade educada para o consumo que segundo Balman (2005) precisa de uma série de requisitos entre les a capacidade de não manter o seu desejo por muito tempo em um único objeto, trocando facilmente por um novo desejo. Em meio a essas mudanças sociais o consumo e  mídia encontraram na infância um mercado promissor, para produtos com os mais diferentes fins. Um mercado que influencia na produção da infância atual movimentando milhões, gerando concorrência e uma mudança de pensamento em relação ao que é necessário para uma “infância feliz”.
Como educadores estamos em contato direto com uma geração que vive efetivamente o “tempo dos objetos”, conforme Salienta Momo( 2010 p. 81). Cada vez mais rápido os artigos tornam-se obsoletos, e apresentam maior relevância pelo que significam socialmente do que sua utilidade original. Para as crianças as marcas ou os personagens significam mais que os produtos dando maior visibilidade a isto do que ao objeto em questão.
É importante para tanto, que os curso de graduação proponham discussões e reflexões como estas que vivemos neste semestre discutindo esta infância que  Costa classifica como:
“- cada vez mais independentes, desconcertantes, erotizadas, acostumadas com a instabilidade, a incerteza, e a insegurança.” (costa, 2006, p. 96).
Saber lidar com as particularidades de uma infância que vive este pós-modernismo em uma escola que insista em moldar-se aos mesmos padrões do início do século por certo é desafiador. A escola não está preparada para receber esta geração, talvez por isso haja tantos problemas na escola atual com a indisciplina, infrequência e desvalorização da escola. Não sabemos aproveitar as qualidades desta nova geração que invade nossas escolas, ao mesmo tempo em que queremos molda-los aos alunos do século passado.
            Essas crianças, meninos, meninas, adolescentes são frutos de uma mídia influenciadora, mas também são seres que sonham, amam, brincam, vivem e participam da sociedade. O livro Infância e consumo estudos no campo da comunicação traz uma serie de teses sobre as mídias na educação e lança um questionamento feito pelos alunos pesquisados: “se somos realmente o futuro do país, por que não somos ouvidos, respeitados e valorizados?”.  Precisamos lembrar que os jovens são o maior grupo etário em nosso pais, o que torna sua participação de suma importâncias nos diferentes âmbitos sociais. Segundo Campos e Sousa (1999), hoje, mais do que nunca, o que esse grupo pensa ou diz deve ser levado em consideração, pois tem relevância tanto para eles próprios como para toda a sociedade. 

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