O professor
Dr. Paulo Freire propõe a pedagogia da autonomia no sentido de uma proposta que
respeita a dignidade e a própria autonomia do aluno. Nessa perspectiva a
autonomia vai sendo construída, vivenciada e descoberta pelo próprio educando
com muita liberdade. A autonomia é fundamental para a dignidade humana, mas não
é algo que nasce conosco ela vai sendo conquistada e é papel do educador
proporcionar situações que permitam que esta construção aconteça.
Além dessa
autonomia pessoal Paulo Freire também propõe que a autonomia seja também
sócio-política, o cidadão necessita conhecer seus direitos para libertar-se das
opressões e exercer sua cidadania. Para Freire cidadania e autonomia andam juntas,
a autonomia torna o sujeito capaz de exercer a cidadania. A partir dessa
conquista emancipatória o sujeito torna-se capaz de interagir socialmente,
criticamente e intervir na sociedade.
A autonomia é a liberdade de ideias, é
ser capaz de pensar por si mesmo abrindo mão da passividade para ser agente de
transformação.
Partindo deste principio de
construção da autonomia com meus alunos proponho muitas atividade, tenho uma
turma de faixa etária dois e a autonomia é muito prática no processo de
aprendizagem desta faixa etária. Trabalho muito com atividades que auxiliem
cada vez mais em processos simples do dia-a-dia, como alimentar-se sozinho,
deixar as fraldas, ir ao banheiro, colocar e tirar casacos, guardar e cuidar de
seus objetos pessoais.
Em minha sala de aula
tenho muitos espaços que possuem as fotos dos alunos onde são guardados os
objetos pessoais deles, isso proporciona a oportunidade de reconhecerem seus
objetos e poderem guarda-los sozinhos. Isso acontece no banheiro com as
toalhinhas, escovas de dente em outros espaços como os escaninhos ode ficam as
mochilas.
Outra prática que tenho
é a adoção de espaços criadores, os cantinhos que promovem a liberdade de
escolha pelas crianças. Ao brincar na sala eles tem acesso à casinha, a
cozinha, ao espaço de arte (onde permanentemente está a disposição materiais de
pintura e folhas), a biblioteca com livros próprios para a idade e o espaço da
beleza com adereços para cabelo e maquiagem. A adoção destes espaços traz
aprendizagens e experiências enriquecedoras para mim e para eles.
Além disso, está é uma
fase em que a conquista da oralidade está se iniciando e contribuir para que
isso aconteça é, por certo, uma construção muito importante para a conquista da
autonomia pelas crianças. Enfim, são muitas as práticas que refletem a autonomia
pregada por Paulo Freire e com certeza são muitas as contribuições que esta
leitura dá para que essas práticas sejam ainda mais enriquecidas.
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