sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Semana Farroupilha

Trago para repartir com vocês minha experiência de Semana Farroupilha com meus pequenos... Foi uma semana super divertida cheia de culinária, brincadeiras, interação e diversão!!!







Conceitos da psicologia ao meu alcance... Até que enfim!!!!

        Gostaria de fazer um breve relato da aula do dia 21/09 que me surpreendeu profundamente!!! Sempre achei os conceitos, textos, autores e professores de psicologia seres encantados, mas incompreensíveis! Entendo que nossa mente tem inúmeras controvérsias e surpresas... Mas na última segunda-feira fui surpreendida por uma aula extremamente significativa. Confesso que ao ler os materiais e textos propostos já estava me acostumando com a ideia de mais uma vez me embananar em meio a tantos conceitos complexos...
        Mas, me surpreendi... Nossa aula estava maravilhosa e através de exemplos bem comuns de nosso cotidiano a professora nos trouxe todos estes conceitos de maneira clara, simples e realmente significativa. Incrível!! Teve até teatro e cá entre nós quem não estava perdeu... Porque pra quem recebe o salário que recebemos, tem as estruturas e os alunos que temos e faz milagre todos os dias por uma educação de qualidade, imagina só a explosão de criatividade...kkkk Brincadeiras a parte depois da aula de segunda estou o tempo todo percebendo a tal briga entre ID, Ego e SUPEREGO dentro de mim e analisando os mecanismos de defesa de quem me rodeia...
       Enfim, fiz as pazes com a psicologia e vamos em frente!!

Crianças ou adultos em miniatura?



    “O aprendizado depende do nível de desenvolvimento do indivíduo. Ele não pode aprender o que suas estruturas cognitivas ainda não podem absorver” (Piaget).
       Procurando pela internet meu alvo de pesquisa para discutir um pouco sobre a mídia e as infâncias, encontrei no blog acima algo que me intrigou bastante. O a reportagem citada está no Blog de roupas infantis Brandili. E traz uma menina de 5 anos que faz tutoriais de maquiagem para a internet e tem mais de 9 milhões de compartilhamentos. Fiquei me perguntando se ela estivesse brincando de alguma coisa criativa e natural para sua idade se o ibope seria o mesmo... Bem, no blog a empresa compartilha dois vídeos onde a menina ensina a fazer a maquiagem da princesa Elsa do filme Frozem que por coincidência ou não tem uma longa coleção de roupas da marca. 
        Achei interessante o fim da postagem que traz um conselho ou uma defesa as possíveis críticas:
"E se você se perguntou se meninas tão jovens podem se maquiar, tenha em mente que o estímulo deve ser sempre de um jeito saudável – isto é, gente: pode sim, desde que seja parte de uma brincadeira que não vise enquadrar as pequenas em um determinado padrão de beleza, mas que busque apenas estimular a imaginação de um modo divertido."        Não que eu seja contra a brincadeira de se maquiar tão comum entre as meninas, penso que o que torna este fato algo prejudicial é a proporção que isso toma. A internet está cheia de tutoriais de maquiagem feitos por crianças... Onde poucos alertam por exemplo para o mal que um produto para adultos pode causar na pele sensível de uma criança. 
        Também fica aqui minha observação quanto a colocação do blog "mas que busque apenas estimular a imaginação de um modo divertido", fico feliz que se preocupem em estimular a imaginação e a diversão, mas em seu sidebar o espaço para brincadeiras e jogos vem quase no finzinho depois de tópicos como decoração infantil, e crianças famosas... 

Diferentes tipos de aprendizado em uma delícia de atividade!!!!



         Como vocês já sabem em uma turminha de faixa etária dois anos em uma escola de Educação Infantil em Novo Hamburgo, nessa fase nosso papel é estimular a ampliação e aquisição da fala por isso através de atividades muito lúdicas procuro desenvolver este processo.
      Uma das atividades que fazem parte de meu cotidiano com as crianças é a culinária, com frequência fazemos bolos, biscoitos, sucos...Adoro estes momentos pois os percebo como espaços de grande aprendizagem.
       Um exemplo de como conduzo o preparo de um bolo... Primeiro em sala, apresento os ingredientes que serão utilizados, procuro não apresentar nomeando e sim estimulando que reconheçam. Através deste processo as crianças fazem a leitura visual das embalagens e nomeiam os ingredientes.
      Depois na segunda parte do processo, no refeitório participam fazendo as medidas e quantificando o que será usado na receita... E então vem o mais aguardado momento utilizar o corpo no processo de misturar, juntar ingredientes e melecar!!!!
     



             Por fim o momento mais prazeroso vem na hora de decorar e se deliciar com os colegas!Um momento de pura diversão cheio de aprendizagens!  Através desta atividades todos os tipos de aprendizado são abordados tanto o motor, quanto social, físico e lógico, claro, dentro das possibilidades para crianças desta faixa etária...

A Máquina Escolar...

           Trago aqui para meu blog a reflexão sobre o livro A Máquina Escolar proposto como leitura da interdisciplina Espaços e Tempos na perspectiva Histórica.
        Penso que as políticas públicas relacionadas à educação em nosso país ainda são muito precárias. Ao mesmo tempo que propõe diferentes ferramentas avaliativas (totalmente excludentes e fora de contexto), muito pouco se investe realmente em uma educação de qualidade. Na verdade há um viés político ligado a isso, quanto menos a população se interessar pela escola, conhecer seus direitos e e exercer efetivamente sua cidadania ,mais fácil será governar.
        Infelizmente muito pouco vem mudando na organização da escola, embora muitas teorias comprovem a necessidade deste ser um espaço de interação, descoberta e ludicidade ainda é muito comum encontrar nas escolas brasileiras classes enfileiradas, salas onde o silêncio é primordial e conteúdos rigidamente pragmáticos. 
          Felizmente percebe-se o empenho de profissionais do ensino para mudar esta realidade, mesmo dispondo de poucos recursos e incentivo, existem escolas onde uma nova realidade de ensino vem sendo construída. Claro, que um trabalho como este requer esforço e por isso muitos se rendem ao comodismo. Mesmo assim, nas experiências que tive de um ensino baseado na metodologia de projetos, buscando a interação e a ludicidade como ferramenta de ensino sempre tive um retorno maravilhoso dos meus alunos. 
        Crianças interessadas, ativas e participantes de sua aprendizagem por certo, aprendem mais. Penso que nós como educadores devemos começar a plantar essa sementinha, despertar, desacomodar... Desconstruir conceitos para criar algo novo em relação a escola, e essas discussões devem ser trazidas ao grupo de professores, pais e alunos. 
               A escola dos moldes tradicionais é arcaica e ultrapassada, precisamos aderir as novas tecnologias, a nova criança que já nos chega cheia de aprendizagens, que precisamos transformar, descobrir, e qualificar.

sábado, 5 de setembro de 2015

Caixa mágica das sensações!!!

           Quero dividir com vocês algumas imagens de um trabalho muito bacana que fiz em minha turma de FE2. Construí uma caixa das sensações nela: Luvas coloridas geladas e quentes, guizos, bolinhas de massagem, diferentes texturas, farinha, amido, fofo, duro... Enfim, foi um momento realmente mágico!É incrível como as observações das crianças nos surpreendem, a construção de hipóteses, a experimentação o conflito de sentimentos entre a curiosidade e o medo e por fim, o desvendar... Isso me emociona, isso me faz amar a educação infantil e cada vez mais aprender com os pequenos...
            A curiosidade era imensa e antes de disponibilizar para a vivência em si... Sacudi a caixa e perguntei o que havia nela. As respostas foram as mais diversas, esses diálogos que nos mostram quais noções o aluno tem, e que pra mim deveriam também contar muito no ensino fundamental... A criança não percebe que está mostrando o que sabe ela está eufórica, cheia de curiosidade isso é ludicidade!!!
           Depois a vivência... Quantas hipóteses construídas em um simples colocar a mão... O medo... A pergunta... O convite "põe a mão comigo"... E finalmente o experimentar!!! Isso é educação infantil, não é o meu trabalho em criar as possibilidades que trago como rico, este é o meu papel.. Quem torna isso rico são as crianças e o que elas fazem a partir do que com simplicidade propus!
[...] uma escola em que seja dada à criança a possibilidade de formar-se, de tornar-se um homem, de adquirir os critérios gerais que sirvam ao desenvolvimento do caráter [...] uma escola que não hipoteque o futuro da criança e constranja a sua vontade, sua inteligência, sua consciência em formação a mover-se dentro de uma bitola, [...] uma escola de liberdade e de livre iniciativa e não uma escola de escravidão e mecanicidade (Gramsci apud Mochcovitch, 2001, p.57)   
 
 
 
 

Infâncias de 0 a 10 primeira aula...

        Achei importante compartilhar com vocês minhas primeiras impressões sobre esta cadeira que se iniciou na segunda 31/08. Realmente fiquei embebecida com a riqueza de nossa discussão inicial, foi empolgante, conflitante e esclarecedor! Cheguei da aula repensando e questionando o tal conceito de infância...(Adoro quando volto de uma aula e isso acontece). Como professoras temos teorias muito fechadas muitas vezes sobre as crianças do momento atual e a aula me fez qestionar nosso importante papel de procurar a melhor maneira     possível de realizar nosso trabalho ao invés de logo julgar, esta, como uma geração em declinio.
       O fato é que ao compararmos nossa experiência de infância com a infância dos dias atuais as diferenças são imensas, mas por que insistimos em comparar? Infâncias são únicas! Nenhuma é melhor ou pior. As possibilidades, as vivências e as prioridades são diferentes, o conceito de infância não é um só... Ele se diferencia... E não é só uma relação temporal, e sim uma série de fatores a sociedade tem sei conceito de infância, a mídia vende um conceito de infância, cada um de nós tem um conceito sobre ela. 
        A qualidade do que é oferecido é fundamental! Ampliar horizontes, dar novas possibilidades e mostrar novos caminhos é o nosso papel como educadores. Nossa responsabilidade não só como educadores, mas como sociedade em geral em relação as crianças, é imensa... Nós apresentamos o mundo as crianças ao nosso redor...Que mundo estamos apresentando? Que possibilidades estamos oferecendo? Não adianta cruzar os braços criticar a sociedade capitalista e consumista que vivemos e as mídias em geral..É preciso oferecer possibilidades, caminhos, olhares, afetos, vivências...      Ajudamos a construir o conceito de infância a cada vivência que temos com um pequeno, e qual é o conceito de infância que você tem? Vai criticar ou qualificar as infâncias que acontecem ao seu redor?É preciso refletir...

A Chuva

Ilustração: Nina
A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios.
A chuva molhou os transeuntes. A chuva encharcou as
praças. A chuva enferrujou as máquinas. A chuva enfureceu
as marés. A chuva e seu cheiro de terra. A chuva com sua
cabeleira. A chuva esburacou as pedras. A chuva alagou a
favela. A chuva de canivetes. A chuva enxugou a sede. A
chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu brilho prateado. A
chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva
destroçou os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A
chuva apagou o incêndio. A chuva caiu. A chuva
derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o
pára-brisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a
sirene. A chuva com a sua crina. A chuva encheu a piscina.
A chuva com as gotas grossas. A chuva de pingos pretos.
A chuva açoitando as plantas. A chuva senhora da lama. A
chuva sem pena. A chuva apenas. A chuva empenou os
móveis. A chuva amarelou os livros. A chuva corroeu as
cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de
vidro. A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A
chuva multiplicando insetos. A chuva sobre os varais. A
chuva derrubando raios. A chuva acabou a luz. A chuva
molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva
regou o gramado. A chuva arrepiou os poros. A chuva fez
muitas poças. A chuva secou ao sol.

Poema de Arnaldo Antunes, ilustrado por Nina. 

Augusto de Campos